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Qual o melhor: parto normal ou Cesariana



Dor no parto
por Sofia Benini, filha de Maria Paula e Nery



ENTENDA O QUE DÓI, ONDE DÓI, QUANTO DÓI E VEJA O QUE TE ESPERA TANTO NO PARTO NORMAL COMO NA CESÁREA. NÃO É UM BICHO DE SETE CABEÇAS COMO PINTAM, NÃO!

O medo da dor no parto é um dos principais motivos que levam as grávidas a optar pela cesárea aqui no Brasil. Pudera, quem é que não fica apavorada quando vê aquelas mulheres descabeladas, suadas e à beira de um colapso para dar à luz em filmes? Se você queria um parto hollywoodiano, vai se decepcionar. Já faz um tempo que as mulheres não são mais obrigadas a sentirem dor no parto, graças às técnicas avançadas de analgesia (no parto normal) e anestesia (na cesárea). Isso não significa que não vai doer nada. Vai, sim! Se você optar por um parto natural, por exemplo, em que não se recorre a nenhuma intervenção médica de alívio da dor, a intensidade será maior ainda. Ainda assim, quem tem preparo psicológico e está informada do que virá pela frente, consegue enfrentar numa boa. A grande vilã aqui é a ansiedade, seja no parto normal, natural ou na cesariana. Respire fundo, acalme-se e veja o que te espera nos 2 tipos de parto.

Parto Normal

Um trabalho de parto pode demorar horas a fio, e fique tranquila: a dor não estará presente durante todo esse tempo. Ela será mais e menos forte dependendo do estágio. E para alívio geral da nação, os médicos costumam fazer a analgesia justamente na hora que ela está mais intensa, já no estágio final. O trabalho de parto é dividido em 3 etapas. Em cada uma delas, a dor é de um jeito. Veja quais são:

Primeira etapa
No início do trabalho de parto, quando a dilatação vaginal está com um tamanho entre 2 a 3 centímetros, as contrações acontecem duas vezes a cada 10 minutos. E entenda-se contração como dor. Elas começam devagar, ficam fortes e desaparecem. É uma dor suportável, que se assemelha a uma cólica muito forte. Nada de pânico!

Segunda etapa
Conforme a dilatação vai progredindo, as contrações vão ficando mais frequentes, 4 a cada 10 minutos. Nessa fase, as dores podem incomodar. “É uma dor que começa na barriga e se irradia para a coluna. Nesta fase, geralmente, fazemos a analgesia”, explica o ginecologista e obstetra Flavio Garcia de Oliveira, pai de Gabriel, Manoela, Pedro, Lucas e Maria Fernanda. Diferente da anestesia, que deixa a pessoa sem movimentos, a analgesia feita no parto normal é um anestésico injetado na espinha. Não existe uma hora certa para se aplicar na mulher, depende do limiar de dor de cada um. Por isso, respire aliviada. Só não vale dizer que a dor está insuportável no primeiro minuto do primeiro tempo. Quanto mais conseguir segurar, melhor.

Terceira etapa
Estamos na reta final. A dilatação vaginal foi para 10cm e agora falta pouco para o bebê passar pelo canal de parto e começar a coroar (quando a cabecinha enfim surge lá embaixo). É o momento em que a mulher tem de fazer força para expulsar o bebê. Segundo Dr. Flávio, em muitos casos a mãe esquece completamente da dor, por estar fazendo força para parir a criança. “A maioria das mulheres nem sentiriam a episiotomia”, explica.

O bebê nasceu!
Você vai sentir uma cólica, pois o útero ainda está se contraindo para expelir os tecidos formados na gestação. Às vezes, quando a mulher amamenta, a dor pode ser maior ainda, normal. Para fazer a episiotomia (incisão feita na região do períneo (entre a vagina e o ânus) para ampliar o canal de parto), o médico aplica um anestésico local. Quando o efeito passa, existe o incômodo dos pontos, como em qualquer outra cirurgia. Pode doer um pouco pra sentar, fazer xixi, mas provavelmente seu médico vai receitar analgésicos que aliviam até a recuperação total, que costuma acontecer depois de uns 3 ou 4 dias. A cólica uterina pode durar mais um pouco, até uma semana, principalmente quando a mãe amamenta, quando ocorre a liberação da ocitocina.


Cesariana

Bem, se no parto normal a mulher tem de lidar com a dor “durante”, aqui a batata quente vem depois. Se você não estava em trabalho de parto – ou seja, marcou a cirurgia para uma data específica – não sentirá dor nenhuma para dar à luz, já que estará sob efeito da anestesia, que pode ser geral (neste caso, a mulher dorme durante a cirurgia) ou regional (peridural ou raquidiana, que são mais indicadas: bloqueiam a dor da cintura pra baixo e mantem a mulher acordada). “O anestésico local combinado com o uso de morfina garante que a mulher não sinta dor por 24 horas”, explica Carlos Eduardo da Costa Martins, pai de Isabela e Bruno, diretor da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo. Depois desse período, a dor e o desconforto da recuperação pós-parto é feita com medicações prescritas pelo obstetra.

O corte incomoda? Sim, incomoda, como qualquer outra cirurgia. Mulheres que vivenciaram a recuperação pós-parto de uma cesárea relatam que os pontos podem limitar os movimentos nos primeiros dias, quando o bebê requer cuidados intensos a toda hora. A boa notícia é que a técnica cirúrgica de uma cesariana evoluiu muito. Hoje em dia, já existem cirurgias minimamente invasivas, que não são tão impactantes para a mulher e para o bebê. Já ouvimos casos de mulheres que se impressionaram com o pós-parto de uma cesárea, muito mais tranquilo do que imaginavam. A verdade é que depende de cada pessoa. Só não pode escolher um tipo de parto ou outro por medo de dor. No fim, com seu bebê nos braços, verá que todo esforço vale a pena.

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