Os males e beneficios dos complementos vitaminicos
Com o ritmo de vida que a maioria das pessoas atualmente leva, muitas vezes fica difícil se alimentar corretamente, comer cinco frutas por dia e ainda incluir legumes, verduras, cereais integrais.
E aí, soluções para facilitar o dia-a-dia e, ao mesmo tempo, manter a saúde, unem o útil ao agradável sob forma de pós, shakes e cápsulas. É a era moderna dos suplementos ou complementos, as vitaminas, minerais e outros componentes sintetizados em laboratório que podem suprir aquilo que não é conseguido com a alimentação.
"Se o organismo não tem ‘combustível’, não funciona direito, então começam a surgir sintomas como falta de disposição, concentração, ganho de peso. Antes de chegar nesse quadro, algumas pessoas sentem necessidade de recorrer ao suplemento para suprir a falta na ingestão dos nutrientes", afirma a nutricionista funcional Patrícia Davidson.
Os complementos não são considerados medicamentos, mas tomá-los achando que precisa, mesmo sem necessidade, é algo que deve ser visto com reservas. "Os suplementos nutricionais disponíveis no mercado, em sua maioria, não apresentam riscos de super dosagens, pois a quantidade nas cápsulas de vitaminas, minerais e antioxidantes se encontra dentro das recomendações de segurança", diz Patrícia. Mas, nem por isso, o consumo deve ser desenfreado. "Tudo tem que ter indicação médica. Em alguns casos, as recomendações dos órgãos de saúde precisam ser ultrapassadas para a correção de deficiências mais específicas e o acompanhamento de um profissional é essencial nestes casos", adverte a nutricionista. Patrícia deixa claro ainda que o organismo prefere muito mais a vitamina C de uma laranja, por exemplo, do que a de um comprimido vitamínico.
Motivadas pela publicidade, algumas pessoas insistem em tomar suplementos para complementar a alimentação, alegando querer melhorar a saúde e o bem-estar. "Mas a real necessidade apenas pode ser avaliada pelo profissional de saúde, que pelos sinais e sintomas do paciente pode detectar alguma carência e optar pelo uso do suplemento. Não adianta comprar qualquer suplemento na farmácia porque, muitas vezes, a quantidade e a qualidade é tão baixa que a pessoa literalmente está jogando dinheiro no lixo", esclarece Patrícia.
Ela afirma que o maior vilão dessa carência de vitaminas é a falta de diversidade de alimentos. "A maioria das pessoas tem uma alimentação muito monótona e come todos os dias a mesma coisa, o que restringe e muito a oferta e o aproveitamento de vitaminas e minerais". Além disso, Patrícia relata que a alimentação atual do brasileiro é extremamente pobre, o que dificulta ainda mais a ingestão de todos os nutrientes necessários. "A maioria não dá muita importância e não tem o hábito de consumir vegetais e frutas em geral", lamenta.
A pedido do Vila Equilíbrio, Patrícia deu algumas dicas de alimentação para que você não precise apelar para os suplementos, visando à complementação de nutrientes:
- Os vegetais folhosos verdes escuros - como couve, brócolis, rúcula - são os personagens principais e que nunca devem faltar no prato, pois possuem praticamente todos os nutrientes que faltam na dieta do brasileiro, como cálcio, magnésio, vitamina K, C e A.
- O cálcio também está presente no gergelim, salmão, nos ovos e nos cereais. O cálcio consumido via leite e seus derivados, tem aproveitamento baixo, pelo organismo, sem boa absorção. No caso de vegetais verdes escuros, apesar da quantidade não ser tão grande, o aproveitamento é bem elevado e, por isso, pode ser uma escolha mais interessante.
- O magnésio também está presente em cereais como o arroz integral. É um mineral essencial, que faz parte de mais de 250 reações enzimáticas no organismo e é super importante para a produção de energia. Podemos encontrar a vitamina K na alface, na couve-flor, no espinafre, no repolho e, em menor proporção, nos cereais como o trigo e a aveia
- A vitamina A tem como fonte, além dos vegetais verde-escuros, a cenoura e as frutas amarelo-alaranjados.
- A vitamina E pode ser encontrada, principalmente, em óleos vegetais, frutas oleaginosas em geral, como nozes, amêndoas e castanhas e no gérmen de trigo
-A vitamina D não possui fonte dietética significativa. Para obtê-la é necessário que haja exposição solar, para que o organismo consiga produzí-la.
Por Tissiane Vicentin (MBPress)