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Vida saudável e celulite
A combinação de exercício aeróbico regular e alimentação balanceada ainda é o melhor remédio para evitar ou minimizar as execráveis celulites. Mas para quem já coleciona na pele aspectos de "casca de laranja" e já não mais veste roupas curtas por vergonha de exibir as inflamações no tecido celular, pode contar com uma aliada - a cirurgia para remoção de celulite. O cirurgião plástico Evaldo Bolívar de Souza Pinto ressalta que a mulher não deve apenas pensar em operar, mas adotar hábitos de vida mais saudáveis. "Ela tem que preocupar-se em tratar, em prevenir, seja fazendo acompanhamento com nutrólogo, professor de ginástica e/ou endocrinologista. A cirurgia deve ser a última opção", aconselha o médico.
A operação consiste em soltar a gordura que está presa na camada superficial da pele, com delicadeza, de forma a não interromper a circulação sangüínea no local. O procedimento é feito com a utilização de uma cânula, de 18 centímetros de comprimento, que possui um anel redondo cortante de três milímetros de diâmetro na ponta. O médico desliza o instrumento pelo corpo, depois de fazer uma incisão de quatro milímetros na pele. "O aparelho ajuda a soltar a fibra da pele. Com isso a gordura vem junto", explica Evaldo Bolívar. Ele esclarece que não há aspiração da gordura, mas, através de massagens, a gordura vai se remanejando pelo corpo.
A celulite é produto da morte da célula gordurosa que fica logo abaixo da pele. A causa mais comum para o problema é a disfunção hormonal, mas também está associada a fatores hereditários, ao acúmulo de gordura no corpo devido a hábitos alimentares inadequados e ao sedentarismo. O cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão explica que a celulite surge quando, no lugar da célula morta, aparece um tecido cicatricial chamado fibrose, que tem forte tendência à retração.
Assim como os botões de um colchão, a pele é puxada em direção aos tecidos mais profundos causando os buraquinhos característicos da celulite. Isto acontece, conforme Carlos Eduardo Leão, pela linfa estagnada que não consegue uma drenagem adequada devido à fibrose local. O cirurgião plástico Evaldo Bolívar afirma que a cirurgia não tem contra-indicação, mas é recomendada nos casos que o problema é mais visível. O tempo de procedimento varia conforme a extensão da inflamação, mas o médico observa que a duração média é de 40 minutos. Ele ressalta que a operação pode ser feita em no máximo 7% da área corporal. Segundo Evaldo Bolívar, o resultado é imediato. Mas alguns cuidados precisam ser observados, como a realização de pelo menos dez sessões de drenagem linfática, enquanto ocorre a cicatrização. Além disso, é fundamental o controle alimentar e a atividade física regular.
A cirurgia contra celulite foi discutida, recentemente, durante o 6º Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, em São Paulo. Carlos Eduardo Leão observa que a técnica não é nova, mas, conforme ele, há controvérsias entre os profissionais, pelo fato de o procedimento ser superficial. "Há um risco de cortar a vascularização da pele durante a cirurgia e, com isso, causar lesões importantes e necrose (morte) do tecido", alerta. Leão não recomenda a cirurgia para áreas muito comprometidas com os furinhos, mas afirma que o resultado pode ser interessante quando o problema não é tão grave. "Temos que ter em mente que as técnicas, cirúrgicas ou não invasivas, não curam a celulite. Apenas amenizam o aspecto da pele. A tendência mundial hoje recai sobre a endermologia", afirma.
Reduzir gordura corporal melhora aspecto da pele
Os tratamentos não invasivos mais modernos são feitos com ultra-som transcutâneo e vácuo, também conhecido como endermologia, que destrói as fibras de gordura e promove o nivelamento da pele. O cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão observa que o procedimento tem resultados bastante satisfatórios para as celulites de graus 1, em que os furinhos só são percebidos quando a pele é comprimida, e 2, quando os buraquinhos são visíveis sem necessidade de compressão. Nos graus 3 e 4, quando os nódulos são bastante perceptíveis e têm consistência endurecida, demonstrando que já houve formação de fibrose, podendo haver dor local, os resultados, ressalta o médico, apesar de bons, são inferiores.
A instrumentadora cirúrgica Júnia Dutra da Mata, 36 anos, já se rendeu ao tratamento e comemora o resultado. Ela conta que já deixou de usar biquíni por causa do furinhos no bumbum e na coxa. "A textura da minha pele mudou, melhorou a flacidez. Está bem legal agora", afirma Júnia, que associou a maior ingestão de água e a prática de caminhada ao tratamento.
Noventa por cento das mulheres têm um certo grau de celulite, principalmente a partir da adolescência. Embora isso seja um consolo, a presidente do Departamento de Dermatologia da Associação Médica de Minas Gerais e da Sociedade Brasileira de Dermatologia / Regional MG, Maria Sílvia Laborne, observa que a redução da gordura corporal, com ajuda de dieta, exercícios e massagens, é a melhor maneira de evitar o problema. "A celulite acomete as mulheres porque é um tipo de distribuição de gordura própria do corpo feminino".
A dermatologista afirma que a drenagem linfática é uma técnica bastante indicada e pode ser feita de forma manual ou através de aparelho (endermologia). Ela é um tipo de massagem que vai tentar remover a gordura compactada para ser eliminada pela urina. Outra alternativa é a mesoterapia, que consiste na introdução de substâncias químicas no tecido subcutâneo, com posterior aplicação de massagens para promover a dissolução da gordura. Há ainda a subcisão, que é uma pequena cirurgia nos locais onde os furos são mais profundos. É feito um preenchimento da depressão com uma cicatrização por dentro da pele. Sílvia Laborne afirma que os cremes anticelulites não devem ser o principal tratamento, já que não são absorvidos de forma eficaz, mas podem ser somados ao arsenal de tratamento.
Fonte:
Hoje em Dia, 11/04/05